terça-feira, 21 de setembro de 2010

Como você fala com seu filho?

Esta semana minha irmã me pegou falando com minha filha para "apertar em baixo , apertar em cima" me referindo ao interruptor e me perguntou: Ela conhece o sentido da palavra em baixo e em cima? E eu respondi que não, mas assim ela iria entendendo...

Nunca achei certo o tal de "neném qué dudu" ou falar com voz boba! Nunca agi assim com primos e sempre reclamei quem fazia isso na minha frente...
Sempre soube que o ser humano aprende por imitação. O lance do faz o que eu digo e não o que eu faço, nunca funcionou com ninguém. Porque com bebê é diferente? Porque as pessoas tem mania de imitar a criança? Acha que se igualando a elas vão ser entendidas? 
Achei essa matéria no site da revista Crescer e achei interessante publicá-la visto minhas próprias experiências....


Como falar com os bebês?

O uso de palavras incorretas deve ser sempre evitado. Já a mudança de entonação da voz na hora de conversar com o seu filho é algo que divide os especialistas

Por Heloiza Camargo

 Shutterstock



Numa tentativa de simplificar o entendimento da criança, alguns pais costumam abusar da chamada linguagem tatibitate. Além de falar as palavras incorretamente, mudam a entonação da voz, imitando o filho. "Essa função é da criança. Ela aprende a falar por repetição, ouvindo e imitando o adulto. Os pais devem procurar dizer as palavras corretamente para não confundi-la", afirma a psicopedagoga e fonoaudióloga Quezia Bombonatto. Metáforas de associação, como chamar cachorro de "au-au" e machucado de "dodói", podem facilitar a vida da criança, porque são expressões fáceis de pronunciar. "Não há problema em usar para identificar algumas coisas, mas adotar frases inteiras dessa forma retarda o aprendizado da linguagem", diz a fonoaudióloga Silvana Selvaggi. Pelo mesmo motivo, os pais devem evitar os diminutivos, que tornam a conversa com o filho muito infantilizada. O ideal seria adotar frases curtas, simples e claras, como “Aqui está a sua mamadeira” ou “É hora do banho”. "É bom os pais passarem essas dicas para as outras pessoas que cuidam da criança, como os avós ou a babá", sugere Silvana.

Ainda com relação à entonação, alguns especialistas defendem a variação do tom da voz para conversar com bebê como forma de construir uma ligação afetiva com ele. Afinal, fugir totalmente da tatibitate pode ser muito difícil. Uma prova disso é que todas as culturas utilizam alguma forma linguagem específica - ou um jeito mais infantil - para falar com os bebês.
Segundo a fonoaudióloga do hospital Santa Catarina, Ana Maria Hernandez, há estudos recentes que indicam que o bebê reage de maneira diferente à fala do pai e da mãe. O timbre mais grave do homem faz com que a criança fique mais agitada e responda mais rápido e o tom mais delicado e agudo das mulheres faz com que ela responda até mesmo com uma movimentação corporal mais harmoniosa. “Mas não existe um timbre melhor do que o outro. É importante que o bebê esteja exposto a diversidade para que desenvolva da melhor maneira possível a linguagem”, explica Ana Maria.

Os verbos, mais difíceis de serem aprendidos do que os substantivos justamente porque não podem ser vistos ou tocados, demoram mais para serem reproduzidos pelos bebês. Mesmo assim, é importante estimula-los desde cedo. Uma opção pode ser começar com os de ação (“você está comendo um biscoito”) relacionando ao que o bebê está fazendo ou vendo naquele exato momento. Assim, ele associa as palavras de forma mais fácil.

Estímulo certo
O desenvolvimento da linguagem é um processo longo e trabalhoso, que só termina por volta dos 6 anos, quando a criança já está apta a pronunciar todos os fonemas. As primeiras palavras surgem por volta de 1 ano a 1 ano e meio. "O bebê costuma falar palavras soltas, como mamãe, bola ou o nome de uma comida preferida. E também é capaz de formar pequenas frases, como ‘quer água’", explica Silvana. O avanço e o amadurecimento da linguagem dependem dos estímulos que a criança recebe do ambiente. "Se o filho aponta o objeto que quer e a mãe o atende prontamente, sem que ele tente falar, vai demorar mais para aprender", diz a fonoaudióloga Quezia.
A melhor maneira de levar seu filho a falar direito, portanto, é conversar com ele normalmente. Mesmo que pronuncie errado a palavra, insista no jeito certo. Se ele pede a "dedera", responda que vai preparar a mamadeira. A partir dos 3 anos e meio se a criança ainda apresentar muitas trocas de palavras é hora de procurar um especialista, aconselha a fonoaudióloga Ana Maria Hernandez.

Dicas para estimular o diálogo com o bebê
- O ideal é se comunicar com o bebê mais intensamente nos momentos em que ele estiver atento. Durante crises de choro ou períodos de irritação ele não irá prestar muito atenção no que você diz;
- Procure não usar muitos estímulos, além do contato visual, enquanto conversa com ele, isso ajuda o bebê a se concentrar nas palavras;
- Aproveite situações do cotidiano para ouvir o que seu filho está falando e conversar com ele apresentando o nome das coisas. Assim, as palavras ganham significado e são gravadas com mais facilidade;
- Pronuncie as palavras sempre de maneira correta. Se preciso, faça variações de voz, aumentando-a ou suavizando. Não tente dizer o nome das coisas pelo som, é melhor usar sempre as palavras reais;
- Na hora das refeições, fale do prato, da colher, das cores e consistência dos alimentos.
- Aproveite o banho para nomear as partes do corpo e narrar as ações que a criança estiver fazendo: pegar o sabonete, a esponja, jogar água, esfregar a perna;
Faça comentários sobre a forma e a textura dos brinquedos;
- Conte algo do dia com detalhes interessantes para a criança: o momento em que a vovó telefonou, uma coisa que você viu na rua;
- Leia e conte histórias. Ao ler livros para o bebê, seja mais expressivo, um verdadeiro narrador. Isso desperta a atenção dele;
- Nos passeios, aproveite para ensinar novas palavras a ele. Aponte os pássaros e as árvores, por exemplo;
- Ouçam e cantem juntos músicas e histórias.

Um comentário:

Unknown disse...

Estava lendo seu post, desde o filme: Olha quem está falando, Que paro e penso antes de ficar de gugudádá na frente das crianças... Também não acho certo, se as crianças se espelharem em doidos fazendo caretinhas e falando como retardados, como crescerão? Minha opinião =)